quarta-feira, 16 de março de 2011

Infectologista alerta e cobra atenção da população


O mosquito da dengue segue sem dar trégua. Com números acima dos registrados em 2010, o Aedes Aegypti faz mais vítimas a cada dia em Mossoró. Já são 379 notificações da doença, 279 casos confirmados, sendo 10 com complicações e quatro do tipo febre hemorrágica.
Para tentar conter o avanço da doença, foi realizada na quinta-feira, 10, uma reunião com diversas autoridades na 2ª Unidade Regional de Saúde (2ª URSAP). Entre as medidas, foi discutida a utilização dos carros-fumacê.
De acordo com o supervisor geral do programa de combate à dengue em Mossoró, Sandro Elias, a cidade ainda não caracteriza um quadro de epidemia. "Ainda não estamos nessa fase. Mas a utilização do fumacê é um caso emergencial", explica informando ainda que na próxima semana haverá definições por parte do Governo do Estado de quando e como vai ser a disponibilização dos veículos.
A princípio, Sandro confirma que, por apresentar casos em todos os bairros, toda a cidade será contemplada com o serviço móvel de combate ao mosquito.
Enquanto os veículos não chegam, o município está desenvolvendo outras atividades. Além de ações educativas nas escolas, ontem, por exemplo, aconteceu uma reunião na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Abolição IV para discutir ações a serem realizadas no bairro.
No dia 16, próxima quarta-feira, as ações vão se concentrar na UBS do Nova Vida. No dia 18 é a vez da UBS do Sumaré e da comunidade Jucuri receber a Caravana contra a Dengue. "Em termos de orientação e educação, não tem faltado", completa Sandro Elias.
Talvez essa conscientização não esteja chegando a toda população ou surtindo o efeito esperado. Pelo menos isso é o que transparece na opinião do médico infectologista e professor do curso de Medicina da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Fabiano Maximino.
"O mosquito é muito rápido e fácil de transmitir a doença num raio de 200 metros. A população não faz a sua parte. As pessoas só vão buscar ajuda quando o problema está crítico como está agora em situação de epidemia", afirma o médico. "Prevenção é muito pouco", completa.
O infectologista lamenta a falta de educação e aconselha às pessoas a se juntar para combater o mosquito. "Não adianta nada se você faz sua parte em casa e o seu vizinho não faz nada", disse.
Além de não deixar objetos que acumulem água, a população pode adotar atitudes simples que farão grande diferença. "O mosquito está mais apto a procurar o hospedeiro que são as pessoas no final da tarde e início da noite. Esta é a hora que as pessoas devem ficar mais atentas, procurar não deixar as crianças expostas e procurar matar todos os mosquitos que encontrar", orienta Fabiano.
Sobre os sintomas, o médico recomenda que no aparecimento de quadro febril o doente deve desconfiar de que não se trata apenas de uma virose e procurar um médico imediatamente antes que a doença evolua para uma situação mais grave.
Na cidade há alguns locais especiais de atendimento: Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Santo Antônio, UPA do Alto de São Manoel e Centro Clínico do Vingt Rosado. O Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) está responsável por atender os casos mais graves.

Fonte: Gazeta do Oeste

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