domingo, 11 de abril de 2010

Disputa pelo Senado coloca José Agripino e Wilma de Faria frente a frente pela primeira vez















BRUNO BARRETO
Editor de Política

A eleição 2010 no Rio Grande do Norte tem foco voltado para a disputa do Senado que pode ser o fim da linha na carreira dos políticos que por mais tempo governaram o Estado nas últimas décadas. Também coloca frente a frente pela primeira vez a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) e o senador José Agripino (DEM).

Os dois são da mesma geração de políticos, mas Agripino teve uma carreira mais precoce ao se tornar governador do Rio Grande do Norte aos 36 anos em 1982. Graças a isso, ele lançou Wilma na política ao colocá-la como secretária de Estado e depois como candidata a prefeito de Natal na primeira eleição na capital após a redemocratização, em 1985.

Em 1986, os dois estiveram na mesma eleição pela primeira vez, mas de forma paralela. Wilma foi eleita a deputada federal mais votada do Rio Grande do Norte e Agripino foi senador pela primeira vez.

O desempenho de Wilma a credenciou ir às urnas em 1988 tentar mais uma vez ser prefeita de Natal. Ao derrotar Henrique Alves (PMDB), ela se tornou a primeira mulher a governar a capital com o apoio de Agripino.

Em 1990, o senador foi eleito governador pela segunda vez ao derrotar Lavoisier Maia (na época no PDT e apoiado pela família Alves). Na época, Wilma ficou ao lado de Lavoisier, com quem já foi casada, no primeiro rompimento político com Agripino.

Em 1992, foi o que pode ser considerado o primeiro embate indireto entre os dois. Wilma apoiou o desconhecido Aldo Tinoco (PSB) para prefeito de Natal e Agripino na condição de governador deu sustentação a Ana Catarina Alves (na época no PL, atual PR). Wilma levou a melhor ao levar seu liderado a derrotar Henrique Alves, sem que Agripino levasse a candidata dele ao segundo turno.

Dois anos depois Wilma se aventurou na disputa para o Governo do Estado, mas acabou em quarto lugar. Agripino mais uma vez foi eleito senador.

Em 1996, Agripino e Wilma voltaram à condição de Aliados e a "Guerreira" foi eleita prefeita de Natal pela segunda vez. Dois anos depois, Agripino tentou chegar ao governo com o apoio de Wilma, mas perdeu para Garibaldi Filho (PMDB), que acabou reeleito.

Na eleição para prefeito de Natal em 2000, Wilma foi eleita no primeiro turno no palanque do PMDB. Agripino apostou na então vereadora da capital Sonali Rosado (PFL), que teve pouco mais de 6% dos votos válidos.

Em 2002, Wilma renunciou ao cargo de prefeita para disputar o Governo do Estado. Ela venceu no segundo turno e Agripino foi eleito senador. Em 2004, na eleição da capital Agripino lançou o então deputado federal Ney Lopes (PFL) que teve menos de 5% dos votos válidos e Wilma apostou na reeleição de Carlos Eduardo (PSB), que fora eleito vice ao lado dela em 2000. Wilma elegeu Carlos no segundo turno derrotando o deputado estadual Luiz Almir (na época no PSDB) que recebeu a adesão de Agripino.

Em 2006, Agripino se uniu a Garibaldi, mas Wilma acabou reeleita para o Governo. Em 2008, pela primeira vez um candidato apoiado por Agripino levou a melhor por um nome referendado por Wilma. Foi quando a deputada estadual Micarla de Sousa (PV) venceu no primeiro turno a deputada federal Fátima Bezerra (PT).

Este ano, finalmente Wilma e Agripino estarão frente a frente numa disputa. O curioso é que os dois podem sair vitoriosos, tendo em vista que a disputa para o Senado reserva duas vagas.

Jornal O Mossoroense

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