quarta-feira, 31 de março de 2010

Sai Wilma de Faria, entra Iberê Ferreira de Souza

Hoje teremos o fim de uma era iniciada há sete anos e o início de uma nova fase com previsão de oito meses, mas com a chance de durar mais quatro anos. Tudo em virtude da Lei Eleitoral, que obriga o detentor de cargo no Poder Executivo que não vai disputar a reeleição a se desincompatibilizar das funções seis meses antes do pleito.

Candidata ao Senado, a governadora Wilma de Faria (PSB) passa o bastão ao vice-governador Iberê Ferreira de Souza (PSB) às 16h, na Assembleia Legislativa. Quando assumir o cargo, o pessebista terá o desafio de governar o Rio Grande do Norte até o dia 31 de dezembro. Em meio a isso, ele terá apenas três meses para mostrar serviço ao povo potiguar. É o que ele tem chamado de “test drive”. A legislação limita as ações do governante quando se inicia a disputa eleitoral.

O vice-governador tem dito em entrevistas que dará prioridade à saúde e à segurança para mostrar ao eleitor que merece ficar no Governo do Estado por mais quatro anos, mas esse desafio encontra mais um obstáculo: a necessidade de enfrentar sessões de radioterapia e quimioterapia por conta de um tumor maligno descoberto no pulmão esquerdo há menos de 15 dias de tomar posse. Mesmo assim ele tem dito que está pronto para o trabalho.

Na parte política ele terá que resolver com a ainda governadora Wilma de Faria o impasse em torno da escolha do vice na chapa majoritária, encontrar uma saída que não prejudique a reeleição do deputado federal Henrique Alves (PMDB) e sem que o próprio partido também seja prejudicado, além das dificuldades dentro da Assembleia Legislativa, onde governará sem maioria.

Para isso Iberê vai usar a experiência como político que foi duas vezes deputado estadual, entre 1971 e 1979, e deputado federal, entre 1982 e 2002.

Já a governadora Wilma de Faria, após deixar o cargo, irá para uma viagem. Informações dão conta de que ela irá para um spa com o objetivo de recarregar as baterias para a disputa por uma das duas vagas em jogo para o Senado. Ela enfrentará os senadores Garibaldi Filho (PMDB) e José Agripino (DEM), que tentam a reeleição. Ambos governaram o Rio Grande do Norte duas vezes, assim como ela.

Wilma já tem a experiência de enfrentar Garibaldi em eleição. Computa duas derrotas e uma vitória. Em 1985, perdeu a Prefeitura do Natal em disputa apertada. Em 1994, Wilma foi derrotada por Garibaldi na disputa pelo Governo do Estado, quando pela primeira vez tentou conduzir a terceira via na política do Rio Grande do Norte. A consagração só veio em 2006, quando reverteu uma desvantagem superior a 20% nas pesquisas. Ela nunca enfrentou Agripino de forma direta. Este será o primeiro embate entre os dois.

Já na condição de ex-governadora, Wilma terá a oportunidade de refletir sobre o que fez em sete anos de governo para poder fazer comparações no debate eleitoral que se aproxima.

Para isso ela se ampara em números como o da Fundação Dom Cabral, que coloca o Rio Grande do Norte entre os dez estados do Brasil com melhor infraestrutura. O estudo levou em consideração itens como energia, combustíveis, saneamento, transportes e telecomunicações.

Os indicadores sociais merecerão destaque como méritos de sua administração. A renda domiciliar média dos potiguares saltou de R$ 793 para R$ 1.329, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Norte, na faixa de R$ 7.607,00 por pessoa está acima da média nordestina, o Estado tem o segundo maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Nordeste, a mortalidade infantil foi reduzida de 18,21 para cada mil crianças nascidas para 13,80. Na construção e recuperação de estradas, foram investidos mais de R$ 190 milhões entre 2003 e 2009. Foram construídos 1,5 mil quilômetros em adutoras, abastecendo todas as regiões do Estado.

No governo Wilma, o Rio Grande do Norte se tornou um dos oito estados que mais investem em saúde, segundo o Governo Federal. Na área da educação, destacam-se o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) dos professores e os investimentos na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern). Na segurança, fica a expectativa para a contratação até o final do ano de 5,5 mi l novospoliciais militares e civis.

O Mossoroense

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