O governador Aécio Neves (PSDB) optou por fugir dos holofotes no dia da primeira visita do ano a Minas Gerais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O mineiro avisou ao presidente Lula que não participaria da inauguração de uma barragem no norte do Estado, ontem pela manhã, devido a compromissos agendados.
Aécio passou a manhã no Palácio das Mangabeiras, sua residência oficial, em "despachos internos". No Palácio da Liberdade, à tarde, a agenda também foi de gabinete, sem atos públicos que o obrigasse a encontrar jornalistas.Aparentemente, Aécio preferiu não alimentar especulações na imprensa sobre suas diferenças com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e as dúvidas que persistem entre os tucanos sobre como será seu envolvimento na campanha presidencial em Minas.
Embora muitos aliados de Serra ainda trabalhem com a possibilidade de Aécio mudar de ideia, aceitando o lugar de vice numa chapa puro-sangue para disputar a Presidência da República, em Minas políticos e analistas consideram nulas as chances de Aécio aceitar a proposta.Segundo o analista político Rudá Ricci, disputar as eleições como vice de Serra é um risco político desnecessário para Aécio, que tem praticamente garantida a eleição como senador por Minas Gerais. Ricci é um dos acreditam que Aécio já havia desistido há tempos da corrida presidencial, ciente de que Serra não cederia espaço para outra candidatura. Mas adiou o anúncio enquanto foi útil para garantir sua visibilidade na mídia.
Na segunda-feira, no Rio de Janeiro, Aécio disse que "só a morte é irreversível", dando a entender que existe, ainda que pequena, uma possibilidade de mudar de ideia.Para os mineiros, a fala não passa de jogo de cena. Para Ricci, Aécio tornou-se um jogador muito astuto no xadrez da política, tanto quanto foi seu avô Tancredo Neves.
Jornal de Fato
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